Não deixe de ler a parte 1! O texto a seguir é a continuação.
Se existe um universo gigantesco de animais nas ruas e um número limitado de vagas no abrigo, como escolher quais animais resgatar?
Essa é uma pergunta muito interessante. E não existe uma resposta simples. Mas pensemos no seguinte exemplo: Há um animal nas ruas que está sendo alimentado por algumas pessoas, ele tem até uma casinha para se proteger minimamente do Sol e da chuva, e alguém até o levou para ser castrado. Em outro local, temos um animal também de rua, mas sem receber qualquer tipo de assistência. E ele está doente.
Em ambos os casos, a expectativa e o desejo é de destinar esses animais para um ambiente melhor e digno. Porém, nessa situação hipotética, com espaço para trazer apenas um, o animal doente seria o escolhido.
Por quê?
Porque, embora os dois não estejam em condições ideais, o animal do segundo exemplo está em uma condição de maior emergência. Reitero: Isso não significa que o animal do primeiro exemplo também não mereça uma vida melhor. Mas a matemática é fria e nos obriga a tomar esse tipo de decisão. A escolha sempre será pelo animal mais necessitado.
Não pensem que é fácil fazer essas escolhas ):
Entender isso também nos leva a uma segunda reflexão: Não faz sentido algum trazer para o abrigo o animal de alguém que vai se mudar e não pretende levar o seu amigo de quatro patas. Ou de alguém que acordou e simplesmente decidiu que não quer mais seu cãozinho ou gatinho. De alguém que se separou. Ou que agora vai ter filhos humanos. A lista de exemplos pode continuar ad infinitum.
As vagas no abrigo, quando existem, são prioritariamente destinadas a animais errantes em situações difíceis, de risco. Não seria justo “tirar” essa oportunidade de resgate deles para atender a alguém que não está disposto a cumprir o acordo ético e moral que é feito ao adotar um bichinho: Cuidar dele até o fim de sua vida.
É evidente que esses casos também não são ignorados, afinal, sabemos que há um potencial risco de abandono. E os agora animais renegados não tem culpa por não estarem mais nos planos de seus supostos tutores.
Para abranger e atender a esses casos, atuamos em outra frente. As nossas Feiras de Adoção permitem que outros animais, além dos resgatados da SPASB, possam participar. Claro, tudo dentro de um conjunto de regras e protocolos criados por nós.
Portanto, em uma feirinha de adoção da SPASB você verá dois tipos de animais. Os animais aqui do abrigo e outros animais que, por inúmeros motivos, precisam de um novo lar. Em todos os casos, as adoções são aprovadas apenas pela SPASB, sem participação da pessoa que levou o animal até a feira (em muitos casos, o “tutor” que não terá espaço para o animal na casa nova…).
Seja qual for a história que levou um animal até a feira de adoção, para nós não existe distinção entre os “nossos” e os dos “outros”. Trabalhamos para encontrar um lar (ou um novo lar) para todos eles. E ficamos felizes com cada uma das adoções.